Do “Ovo Frito” ao Método

Em nome da clareza e simplicidade que dedico, em especial, aos iniciantes da prática da pesquisa, afirmo que a palavra “Método” sugere simplesmente um “como fazer”. Mas atenção, esta categoria já foi (e ainda é) objeto de muita divergência teórica no plano da epistemologia científica. De toda forma, sugiro considerar o sentido mais elementar desta palavra. Pense um pouco sobre a seguinte afirmação: 
Se o método é um “como fazer”, pode-se afirmar que empregamos “método” em todas as atividades diárias? 
Você concorda com esta afirmação? Eu concordo, em parte. Acompanhe o seguinte exemplo: Fritar um ovo parece ser algo simples, mas você conseguiria fritá-lo com a gema intacta e a clara distribuída proporcionalmente ao redor? Algo parecido com o gabarito abaixo.  
Esta altura talvez você esteja se perguntando: fritar um ovo? Qual a relação deste assunto com o Método Científico? Bom, fritar um ovo obtendo um resultado esteticamente homogêneo é algo que não se consegue aleatoriamente. É uma “façanha” que exige o domínio de determinados procedimentos, técnica e provavelmente instrumentos adequados ao objetivo pretendido. 
Agora a pergunta mais importante: onde eu aprendo estes procedimentos? Esta técnica? Onde eu compro os instrumentos necessários? Resposta: você não encontra ou compra. Você constrói. Ao avaliar os procedimentos, meios e instrumentos que podem lhe oportunizar atingir determinado objetivo, você estará ingressando intelectualmente no campo da metodologia (estudando o “método”, construindo o “como fazer”). 
Voltando à pergunta inicial: empregamos “método” em todas as atividades diárias? Eu afirmo que não em todas. Contudo, há várias situações do dia a dia em que somos levados a pensar sobre os procedimentos, instrumentos e meios mais adequados para atingirmos determinados objetivos, para resolvermos determinados problemas. 
Portanto, o método é um “como fazer” que você “constrói” avaliando a adequação entre os objetivos pretendidos e os meios disponíveis. 
E o ovo "frito"?
Pessoalmente eu prefiro "mexido" ;)
Prof. Alejandro Knaesel Arrabal

17 de maio de 2012

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