Diferença entre Definição e Conceito

Pode-se dizer que a diferença entre Definição e Conceito está na maneira como reconhecemos o sentido das coisas do mundo. Na filosofia, chamamos as coisas do mundo de “entes” e o sentido atribuído a estas coisas de “ser”. Considere o seguinte exemplo: qual é o “ser” do “ente” cujo nome é “caneta”? Em outras palavras, o que é uma caneta? Para responder a esta indagação podemos partir de dois pontos de vista diferentes: a “definição” e o “conceito”.
Para estabelecer uma definição do objeto “caneta”, parte-se do pressuposto que ele é constituído de uma substância com características únicas (uma “natureza”), a qual pode ser identificada e permite estabelecer a diferença entre o objeto “caneta” de todos os demais objetos do mundo. O objeto (ente) é, portanto, dotado de uma essência que, ao ser descoberta, possibilita: a) estabelecer sua diferenciação com outros entes do mundo; b) afirmar universalmente que todo o ente que contenha uma essência de caneta será, sem dúvida, uma caneta. Esta perspectiva é adotada pelo empirismo tradicional.
Por outro lado, ao estabelecer um conceito do objeto “caneta”, parte-se do pressuposto que ele não é dotado de uma essência. Seu “ser” não é determinado por atributos substanciais e universais, mas por sua relação com inúmeras variáveis de um dado ambiente (contexto) no qual ele está inserido (usos, costumes, possibilidades técnicas, etc.). O ser da caneta é constituído a partir de sua existência no mundo. A palavra "conceito" deriva do latim conceptus que significa “o que está contido, está dentro”. Nesta perspectiva, o sentido não decorre de fatores exclusivamente endógenos, mas da interdependência do "ente" em relação a um dado meio. Trata-se de um olhar contextual. Esta perspectiva é adotada pela fenomenologia, pelo existencialismo e pela teoria dos sistemas.

Prof. Alejandro Knaesel Arrabal

30 de junho de 2015

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