A dinâmica “problema-hipótese” no Trabalho de Conclusão de Curso

Neste post trago algumas considerações sobre a dinâmica problema-hipótese que norteia os Trabalhos de Conclusão de Curso. Mas primeiro preciso dizer que estes apontamentos são, de certa forma, analíticos e reducionistas. Portanto, não os considere como uma descrição pretensiosamente universal de como se espera (ou se exige) que os alunos formulem seus TCCs. Estou atualmente convencido da necessidade de tratarmos a metodologia de maneira mais criativa e plural, sem o estigma impositivo de fórmulas ou modelos. Dito isto, vamos ao ponto.
Costuma-se dizer (e neste sentido continuo de acordo) que a pesquisa é movida pela indagação. Por consequência, qualquer proposta de estudo deve surgir de um ou mais problemas, apresentados em forma de pergunta. Aqui tem início o dilema do pesquisador iniciante: como formular perguntas de partida, e mais, se é preciso formular mais de uma pergunta.
Creio que para a realização de um Trabalho de Conclusão de Curso, uma pergunta pode ser suficiente. Isto porque a quantidade de questionamentos decorre de diversos fatores que vão, desde a estrutura sintático/semântica das frases até a delimitação do tema. Aliás, pensar sobre a formulação da pergunta já é pensar sobre a delimitação, ou, em outras palavras, sobre o recorte temático. Não vou ousar aqui propor uma fórmula infalível para elaborar perguntas de pesquisa. O que penso sobre este assunto pretendo compartilhar em um texto futuro.
É um tanto evidente que, estabelecida à pergunta, o propósito da pesquisa é tentar respondê-la. Mas, antes, recomenda-se que o pesquisador formule uma ou mais “respostas prévias”, uma ou mais “hipóteses”. Durante a elaboração do projeto de pesquisa, alguns alunos equivocadamente já partem para a investigação a fim de “encontrar” as hipóteses. Esta iniciativa normalmente decorre do fato do pesquisador não ter um mínimo de maturidade e conhecimento do contexto do assunto que pretende pesquisar. Sem um contexto prévio, é praticamente impossível ir além de uma pergunta elementar como, por exemplo: “o que é ...?”. Por consequência, é inviável propor qualquer hipótese.
Hipóteses são “possibilidades”, em outras palavras, “soluções sugeridas”, resultados previamente propostos frente ao problema de investigação. Na dinâmica “problema-hipótese”, o que se espera é que a pesquisa traga elementos que permitam confirmar ou não os “resultados” preliminarmente delineados.
Neste sentido, a introdução do TCC não pode dispensar a enunciação dos problemas e das hipóteses. Por consequência, o texto da conclusão deve resgatá-los e informar se as hipóteses foram ou não confirmadas, destacando objetivamente os elementos do trabalho que permitem fundamentar esta ou aquela posição.
Prof. Alejandro Knaesel Arrabal

18 de novembro de 2013

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