Imagine que você vai adquirir um novo computador já que o velho “pifou”. O mercado oferece inúmeras marcas, modelos e configurações. Surge a dúvida: qual computador comprar? Há quem diga existir apenas uma resposta para esta pergunta: compre o melhor equipamento que o bolso possa alcançar. Particularmente não concordo com esta visão, mas admito: não deixa de ser um critério. Um tanto amplo, é verdade! Afinal, há computadores disponíveis em uma escala de valores que vai de R$ 1.000,00 para além de R$ 10.000,00. Considerando esta situação hipotética há, pelo menos, duas possibilidades de ação:
a) Pesquisar a melhor opção a partir dos seguintes procedimentos: elaborar uma lista de necessidades e preferências em relação ao equipamento, por ordem de prioridade; realizar um levantamento de informações sobre as tecnologias disponíveis no mercado considerando as variáveis “desempenho”, “durabilidade”, “conectividade” e “capacidade de armazenamento”; por fim, tabular todas as informações obtidas, estabelecendo um cruzamento quali e quantitativo a partir das preferências e necessidades previamente eleitas. O resultado será um panorama que permitirá uma tomada de decisão mais assertiva.
b) Buscar a uma “resposta pronta” que aponte a “melhor opção” em sites especializados, ou pedir a opinião de alguém no Yahoo respostas, ou, ainda, render-se às sugestões do vendedor da loja mais próxima.
Percebeu a diferença? A pesquisa representa uma tarefa que demanda postura ativa, construtiva e criteriosa pois implica na formulação de conhecimentos consistentes. A busca é uma tarefa que tende a ser passiva, reprodutiva e desprovida de critérios já que limita-se à mera apropriação de informes sobre saberes disponíveis, sejam estes atuais ou não, verossímeis ou falsos. Ao buscar informações por meio de plataformas como Google, Bing ou Yahoo, por exemplo, não se está necessariamente pesquisando.
A pesquisa representa um conjunto amplo de atividades que exigem planejamento e tempo. Certamente a Internet fornece recursos fantásticos para realizar buscas sobre informações diversas. Afinal, trata-se de uma plataforma mediadora de comunicação que rompeu com as barreiras tradicionais de tempo e espaço. Mas isto não significa que a pesquisa tornou-se uma tarefa mais (ou menos) fácil.
Mudanças ocorreram (e continuarão ocorrendo) sim, seja em relação aos meios de publicação e acesso à informação, ou aos modos de comunicação e relacionamento sociais. Neste contexto emergiram facilidades e práticas inéditas. Mas a pesquisa demanda planejamento, definição/identificação de critérios e variáveis, leitura atenta, entre tantas outras atividades que, mesmo mediadas e instrumentalizadas tecnologicamente, não podem ser abolidas sob pena de comprometer a emergência do pensamento crítico e criativo.
Prof. Alejandro Knaesel Arrabal
Imagem: www.pixabay.com
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