Onde publicar o seu artigo científico

Prof. Alejandro Knaesel Arrabal

Nestes apontamentos apresento alguns critérios para a escolha do veículo adequado à publicação de artigos científicos.

1 PUBLICAÇÃO IMPRESSA "VERSUS" ELETRÔNICA
Com a gradual popularização da Internet, desde a metade da década de 90, os periódicos científicos têm migrado do meio impresso para o meio eletrônico. Um dos fatores que mais contribuiu para isto foi a ampla acessibilidade do conteúdo, obtida por meio de publicações on-line. Lembre-se: disponibilidade em meio impresso não é sinônimo de credibilidade ou qualificação.
A qualidade de um periódico está relacionada a outros aspectos, dentre os quais, os critérios estabelecidos para a submissão de artigos, bem como a existência de um conselho editorial.

2 PUBLICAÇÃO INDEPENDENTE
Atualmente é possível escrever um excelente artigo e facilmente publicá-lo na web de forma independente. Contudo, é necessário considerar que um dos critérios normalmente exigidos para publicação em periódicos científicos é o caráter inédito do trabalho. Portanto, publicar em um veículo informal pode inviabilizar a publicação futura em um periódico reconhecido pela comunidade científica. Outro aspecto está relacionado à credibilidade presumida do trabalho. A reputação científica é conquistada quanto o texto é submetido à avaliação criteriosa por terceiros. Conteúdos de publicações independentes, em regra, não passam por este processo.

3 PERIÓDICOS CIENTÍFICOS
A reputação de um periódico científico está relacionada a vários aspectos, dentre os quais:
a) a existência de um corpo editorial e de procedimentos para avaliação dos artigos submetidos;
b) o registro no ISSN;
c) a disponibilidade em plataforma on-line que facilite o acesso aos artigos;
d) a presença em indexadores nacionais e internacionais.
Periódicos científicos de qualidade normalmente procedem à avaliação por pares dos artigos submetidos.   
Para que um artigo científico seja publicado este passa por todo um procedimento de avaliação criteriosa, rigorosa e parmétrica assinada por revisores preparados, éticos, críticos e confiáveis. Dá-se o nome de avaliação por pares cega quando os avaliadores não têm informações sobre os autores dos artigos e nem os autores são informados sobre quem participou da avaliação de seus trabalhos. (IBICT, 2010a)
O ISSN - Número Internacional Normalizado para Publicações Seriadas (International Standard Serial Number):
[...] é o identificador aceito internacionalmente para individualizar o título de uma publicação seriada, tornando-o único e definitivo. Seu uso é definido pela norma técnica internacional da International Standards Organization ISO 3297. O ISSN é operacionalizado por uma rede internacional, e no Brasil o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia - IBICT atua como Centro Nacional dessa rede. (IBICT, 2010b)
Embora o ISSN não seja obrigatório, ele “[...] é um parâmetro para o controle de qualidade de revistas científicas e também um critério de indexação em base de dados nacionais e internacionais.” (IBICT, 2010b)

3.1 UTILIZAÇÃO DA PLATAFORMA “SEER”
O Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas (SEER) é um software desenvolvido para a construção e gestão de uma publicação periódica eletrônica. Esta ferramenta contempla ações essenciais à automação das atividades de editoração de periódicos científicos. Recomendado pela CAPES, o processo editorial no SEER permite uma melhoria na avaliação da qualidade dos periódicos e uma maior rapidez no fluxo das informações. A aceitação do SEER pela comunidade brasileira de editores científicos vem do desempenho do sistema e de sua fácil adaptação aos processos de editoração em uso. Também o SEER permite que a disseminação, divulgação e preservação dos conteúdos das revistas brasileiras apresentem uma melhoria na adoção dos padrões editoriais internacionais para periódicos on-line 100% eletrônicos. (SEER, 2010)

3.2 CLASSIFICAÇÃO QUALIS CAPES
O sistema Qualis de avaliação de periódicos científicos classifica as revistas em categorias A1, A2, B1 a B5, além de C (nulo), conforme a qualidade das revistas. Essa "indexação Qualis" baseia-se em parte na indexação dos periódicos: os que não estão no Medline, Lilacs ou SciELO dificilmente levam classificação acima de C. Assim, devemos dar prioridade não apenas para as revistas indexadas (em qualquer base) como também atentar para a classificação Qualis dessas publicações, priorizando as que possuem nota A ou B na hora de escolher os periódicos para os quais vamos submeter um artigo. (LOGULLO, 2010).
REFERÊNCIAS

IBICT. O que quer dizer avaliação por pares cega? Disponível em: <http://seer.ibict.br/index.php?option=com_content&task=view&id=279&Itemid=74>. Acesso em: 21 jul. 2010a.

IBICT. ISSN. Disponível em: <http://www.ibict.br/secao.php?cat=ISSN>. Acesso em: 31 ago. 2010b.

LOGULLO, Patricia. Por que publicar em revistas indexadas? Disponível em: <http://palavraimpressa.com.br/publicar_em_revistas_indexadas.html>. Acesso em: 10 ago 2010.

SEER. Portal do Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas. Disponível em: <http://seer.ibict.br/>. Acesso em: 28 ago. 2010.

12 de setembro de 2010

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