As “verdades” que a sociedade nos apresenta sobre o mundo às vezes são postas a partir de dicotomias: o tudo ou nada, o bom e o ruim, o bem e o mal, o bonito e o feito, o certo e o errado. Mas será que a complexidade da vida pode ser resumida a duas opções? Quero abordar esta questão em relação à produção de textos.
Afinal, o que significa escrever certo ou escrever errado. Escrever errado é feio? Escrever errado é sinônimo de incapacidade intelectual? Uma afronta à língua pátria? Escrevemos errado por que somos “iginorantes” ou por que a gramática é muito complicada? Coloco estas questões, não porque tenho respostas para elas, mas acredito que estigmatizar erros de grafia inibem a expressão autoral e suas potencialidades.
Não tome esta colocação como uma apologia ao discurso liberalizante da linguagem onde tudo vale. Também não estou falando de questões sobre preconceito linguístico ou imperialismo linguístico. Apenas quero ressaltar que o pensamento do “erro feio”, do erro como estigma da incompetência intelectual deve ser banido, especialmente nos espaços de produção intelectual.
Quando falamos da educação, do aprendizado e da pesquisa, precisamos reconhecer o erro como algo necessário. Permanecer escravo do orgulho e do medo de expor erros é permanecer eternamente na “iginorância”, especialmente porque, ao estigmatizar o erro, não nos damos conta que fechamos as portas para discutir suas causas.
Prof. Alejandro Knaesel Arrabal
1 comentários:
É bem assim mesmo, muitas pessoas acabam tendo medo de se expressar por essa condição condição contraditória que nos foi imposta, o pior é que isso influencia muito em nossas vidas, na maneira de agirmos, de nos comportar, etc. Há muitos talentos reprimidos com habilidades incríveis que não se mostram por medo de se expor. Para Tavares 1991 a Arte não é algo que está a favor do bem ou do mal, mas é algo que está a favor do Belo. Por isso, expresse-se, liberte-se dos paradigmas impostos e crie sua própria maneira de fazer arte.
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