Entendo que o professor não deve impor um método ao aluno, ou mesmo afirmar “você adotou o método X”. É o aluno, ou melhor, o pesquisador que deve descrever “como fez a pesquisa” e, com esta descrição, demonstrar a consistência dos resultados que obteve. Neste contexto, consistência significa: dados e argumentos que possam ser aceitos. O avaliador, orientador ou membro de banca, aceita ou não as conclusões que aluno apresenta, no contexto de “como ele fez” a pesquisa, ou seja, no contexto do método proposto. Assim, usando uma analogia popular, o Método é uma "trilha" e não um “trilho”.
Estou convencido que o erro em não compreender a importância do “método”, especialmente para os iniciantes na pesquisa científica, está na persistente passividade e no consequente “exercício de adivinhação”. Ou seja, acreditar que os métodos estão prontos e disponíveis como um grande catálogo de ferramentas. Esta visão “pré-concebida” e “pré-formatada” dos métodos, neutraliza um dos aspectos da atividade de pesquisa onde mais se pode contribuir criativamente: a “proposição do método” como construção. Não me entendam mal. Ao sugerir que é preciso “construir o método”, não estou desprezando toda a base teórica disponível na literatura sobre o assunto. Estou apenas propondo uma mudança de ponto de vista. Só conseguimos perceber a importância e a dimensão concreta da filosofia, da ciência e do método após um esforço significativo de reflexão e descrição de como pesquisamos, de como obtemos recursos e os estruturamos na tentativa de encontrar respostas consistentes às indagações da pesquisa.
Prof. Alejandro Knaesel Arrabal
Foto: pixabay.com
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